sábado, 22 de julho de 2017

What the Health: Um filme com uma ideologia

por Harriet Hall
fonte: Science-Based Medicine.org
tradução: Felipe Nogueira

O documentário "What the Health" expõe o conto de fadas que todas as principais doenças (doença cardíaca, diabetes, câncer e muitas outras) podem ser evitadas e curadas através da eliminação de carne e laticínios da dieta. É uma descarada polêmica para o veganismo, enviseado e enganador,  não sendo uma fonte confiável de informação científica.


                                         



Muitas pessoas me pediram para revisar o documentário What the Health, e como estava disponível através da minha assinatura do Netflix, então assisti, fazendo anotações. A tese do documentário é que carne e laticínios estão nos matando e que todas as principais doenças podem ser evitadas e curadas adotando uma dieta baseada em plantas. Apresenta testemunhos emotivos e estudos científicos selecionados e sugere que a maioria das organizações de saúde e agências governamentais foram "compradas" pela Big Food (indústria alimentícia) e Big Pharma (indústria farmacêutica) e estão conspirando para esconder a verdade do público. 

O documentário começa com o aforismo de Hipócrates "Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio". Hipócrates morreu em 370 A.C. e antes disso havia muita coisa no caminho da medicina eficaz e antes da ciência ter aprendido muito sobre alimentos (como a existência de vitaminas).  Então, Hipócrates dificilmente é uma autoridade com credibilidade, mas mesmo que fosse, o apelo à autoridade é uma falácia lógica. O filme tenta convencer os telespectadores que alimento é remédio, e que alimento é todo remédio que precisamos para prevenir e curar obesidade, diabetes, doença cardíaca, câncer, e várias outras doenças crônica. Não me convenceu.

O produtor do filme, Kip Anderson, se descreve como um ex-hipocondríaco que antigamente assumia que ele estava destinado pela sua genética a desenvolver doença cardíaca, câncer e diabetes, assim como outros da família dele. Em algum momento na vida, ele foi exposto à crença de que uma alimentação saudável pode prevenir e curar todas essas doenças. Essa foi uma revelação completa e ele se sentiu traído. Ele diz, "a sensação era de que essa informação tinha sido escondida". Ele prosseguiu, entrevistando médicos e outros que acreditavam nessa crença, além de encontrar no Google informações que apoiavam a crença. O viés da confirmação foi eficiente, como sempre é. Ele falhou em obedecer a minha Lei da SkepDoc: antes de aceitar uma afirmação, tente descobrir quem discorda e por que. A maioria de nós não acredita que todas essas doenças podem ser evitadas e curadas pela dieta, porque não há evidências para isso. 

Carne processada   

Ele cita um resumo de estudos epidemiológicos mostrando que comer uma única porção de carne processada por dia aumenta o risco de câncer de cólon em 18%. Em primeiro lugar, estudos epidemiológicos apenas mostram correlação, não causalidade. Segundo, esse aumento de 18% é no risco relativo, não no risco absoluto. Terceiro, não leva em consideração a taxa base de câncer de cólon. Em uma estimativa, o seu risco de desenvolver câncer de cólon até 65 anos é 2,9%, caso você não coma carne processada, e 3,4% se você comer uma porção ao dia. Então, de 100 pessoas que evitam carne processada, 2,9 desenvolverão câncer de cólon. De 100 pessoas que comem uma porção ao dia, 3,4 desenvolverão câncer de cólon: a diferença em risco absoluto é um caso a mais de câncer de 200 pessoas, o que soa muito menos alarmante que o cenário dos 18%. E pode haver muitos fatores de confusão que influenciam o real risco de uma pessoa, como genética, consumo de sal (carne processada como bacon possui um alto conteúdo de sal), tabagismo, e outros fatores que podem ser mais comuns em pessoas que comem muitas carnes processadas. 

Ele faz um grande alarde da classificação de carne processada da IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) como carcinogênico do Grupo 1, o mesmo grupo de cigarro, amianto e plutônio. O documentário interpreta isso como se cachorros-quentes e bacons fossem tão perigosos quanto cigarros, mas isso simplesmente não é verdade. Cigarros aumentam o risco de câncer de pulmão em 1900%! A página de informações da OMS afirma claramente que a classificação no Grupo 1 é baseado na força da evidência de que carne processada causa câncer, não no nível do risco. NÃO significa que tudo nesse grupo é igualmente perigoso. Eles concluíram que carne processada causa câncer de cólon, mas que havia evidências insuficientes de uma associação com câncer de estômago. 

Mas a OMS NÃO recomendou que as pessoas parassem de comer carne. Eles explicaram, "comer carne tem  conhecidos benefícios para saúde. Muitas recomendações nacionais de saúde recomendam as pessoas a limitar o consumo de carne processada e vermelha, que estão ligadas ao aumento no risco de morte por doença cardíaca, diabetes, e outras doenças". 

Carne vermelha    

A IARC classificou carne vermelha como carcinogênico do Grupo 2, mas isso apenas quer dizer que que há evidências limitadas para uma associação com câncer colorretal e possivelmente câncer pancreático e de próstata. Eles explicam: 

Evidências limitadas significam que uma associação positiva foi observada entre a exposição a esse agente e câncer, mas outras explicações para essas observações (tecnicamente chamadas acaso, viés e fatores de confusão) não puderam ser eliminadas.  
Cheque de realidade: o documentário apresenta uma versão alarmista da informação que tem sido amplamente aceita por décadas e faz parte de diretrizes nutricionais. O consenso é que carne processada deve ser limitada; mas os dados sobre carne vermelha não processada não são claros. Apenas veganos recomendam a eliminação total de carne. 

Mortes evitáveis 

O documentário afirma que a alimentação causa a maioria das doenças e que 70% das mortes são evitáveis através de mudanças no estilo de vida. Eles dizem que obesidade é uma "sentença de morte" que certamente vai levar à diabetes e frequentemente ao câncer. Um estudo recente analisou a associação entre fatores da dieta e mortalidade por doença cardiovascular e doença cardíaca. Como um todo, dez fatores relacionados à dieta foram responsáveis por 45,4% das mortes. Apenas 0,4% dessas mortas foram associadas com alto consumo de carnes vermelhas não processadas e 8,2% com um alto consumo de carnes processadas. Baixo consumo de frutas e vegetais foram associadas com 7,5% e 7,6% das mortes respectivamente. De acordo com o CDC, algo entre 20 e 40% das cinco principais causas de morte podem ser prevenidas por mudanças no estilo de vida, mas não apenas mudanças na dieta. O cigarro é a causa número de mortes evitáveis, e não dieta inadequada; outros fatores de estilo de vida importantes são uso de álcool, falta de exercício, exposição ao sol, e não usar de cintos de segurança e capacetes. A estimativa de 70% é um exagero; a verdadeira proporção de mortes evitáveis pelo estilo de vida é provavelmente menor que 50%. E a dieta tem um impacto relativamente pequeno comparado ao outros fatores de estilo de vida. O documentário nos diz que fatores da dieta são mais importantes que tabagismo, mas claramente isso não é verdade. Nos diz que dietas baseadas em plantas vão parar e reverter doença cardíaca e que câncer de mama pode ser evitado pela dieta. Como eu gostaria!

Diabetes    

Estamos no meio de uma epidemia de diabetes (de adulto/tipo II). O documentário nos diz que diabetes não é causada por açúcar: carne e gordura causam diabetes. Diz que carboidratos não engordam, apenas gorduras. Diz que o corpo não pode converter carboidrato em gordura (sim, pode!). Eles mencionam um estudo de Harvard mostrando que um porção de carne processada ao dia aumenta o risco de diabetes em 51%, mas essa revisão sistemática de 2017 diz que aumenta o risco em 19%. E lembre, isso é risco relativo, não risco absoluto. 

O documentário diz que o risco de diabetes do tipo 1 aumenta pela exposição a laticínios na juventude, mas esse estudo diz o oposto. Exposição precoce não é um fator de risco e pode na verdade reduzir o risco. Esses são apenas dois de muitos exemplos de como o documentário seleciona apenas os estudos que apoiam suas crenças e ignora informação contraditória. 

Carne de frango

A carne de frango é melhor que a carne vermelha? Eles dizem, "É uma questão se você prefere tomar um tiro ou ser enforcado". Dizem que carne de frango é a principal fonte de colesterol na dieta americana e a principal fonte de sódio porque os frangos recebem injeções de água salgada. Eles  nos contam que o risco de câncer de próstata é quatro vezes maior com consumo de carne de frango. (Não é verdade: essa meta-análise não encontrou nenhuma associação). Um comediante saiu de um evento da ADA (American Diabetes Association) onde serviam frango, dizendo que era como servir álcool numa reunião dos Alcoólicos Anônimos. O documentário diz que a carne de frango é carcinogênico e restaurantes de fast-food podem ser exigidos de anunciarem essa afirmação. Mas advinha? Frutas e vegetais também possuem carcinogênicos! Mas eles não recomendam alertarem os veganos sobre os carcinogênicos que eles estão ingerindo pelas plantas. Claramente, um peso, duas medidas.   

Ovos

O documentário nos diz que gemas de ovos são pura gordura e colesterol (não é verdade; elas contem metade das proteínas do ovo junto com vitaminas, aminoácidos essenciais e outros nutrientes). Um "especialista" nos diz que gema de ovo tinge nossas células vermelhas (!?), afinam o sangue, e alteram níveis de hormônio. Eles afirmam que comer um ovo diminui a longevidade tanto quanto fumar 5 cigarros. Eu duvido. 

Queijo 

Eles nos dizem que queijo é um dos piores alimentos; eles descrevem como "pus de vaca coagulado" É viciante, metaboliza em um composto que se liga a receptores de heroína no cérebro. Pode causar síndrome da morte súbita infantil ou autismo. 450 drogas são administradas nos animais e as companhias escondem informação sobre o que há nos seus produtos. 

Peixe

Eles dizem que as diretrizes nutricionais estão erradas em sugerir a substituição de carne vermelha por peixe. Peixe contem mercúrio, PCBs, colesterol, pesticidas, herbicidas. Peixes de cativeiro contém antibióticos e antifúngicos. 

Leite

Eles dizem que leite de vaca é "terrível". Está cheio de coisas ruins, como gorduras saturadas, colesterol, e pus. Um pediatra diz que causa eczema, acne, constipação, refluxo e anemia ferropriva em crianças. Ele diz que é o alimento mais alergênico. Laticínios estão relacionados com muitos tipos de câncer, assim como asma, esclerose múltipla, diabetes do tipo 1, e doenças reumatológicas e autoimunes. Leite não constrói ossos fortes: pessoas que bebem leite têm mais fraturas e não vivem muito. Não devemos beber leite: a intolerância à lactose é a norma em adultos. Americanos africanos têm alta prevalência de intolerância à lactose. O governo os encoraja a consumir leite, mesmo sabendo que isso irá adoecê-los; isso seria um tipo de "racismo institucionalizado". Mencionam também racismo em conjunto com a pulverização em fazendas de suínos, afirmando que a poluição é maior onde há comunidades Africo Americanas. 

Outras afirmações questionáveis

Comer "toxinas de bactérias de carne morta" causa um imediato surto de inflamação, levando a imediato danos em minutos, estreitando nossas artérias e reduzindo a capacidades das artérias de relaxarem pela metade (?!). Comer carne causa dano no cérebro que é diagnosticado erradamente como Alzheimer. A doença da vaca louca está matando pessoas e o governo não admite. Muitos estudos são financiados pelas indústrias da carne, ovo e laticínios para deliberadamente criar dúvida, assim como a indústria do cigarro fez quando disse "a dúvida é o nosso produto". As recomendações de dieta do Governo vêm de um painel composto de representantes da indústria. O governo aprisiona as pessoas que vão contra eles e até criminaliza pessoas por simplesmente tirar uma foto ou filmar o que ocorrer dentro de uma indústria de animal. Os delatores são silenciados por leis "ag-gag". Aparentemente, o governo está em comparação com as indústrias farmacêutica, alimentícia e com organizações como American Diabetes Association (ADA) e American Cancer Society (ACS); todos motivados em fazer dinheiro, não em manter as pessoas saudáveis. Somos anatomicamente frugívoros (comedores de frutas), não onívoros: você pode saber isso porque não temos o tipo de dente necessário para um carnívoro rasgar, morder sua presa até a morte. (Eles esquecem que temos cérebros e ferramentas que nos equipam para caçar, matar e cozinhar carne, sem a menor necessidade de caninos e garras. Prova adicional que somos frugívoros é que achamos batidos feito com frutas mais saborosos que os feitos com carne!

Criticas à medicina convencional

Eles são bem críticos à medicina convencional. Els mencionam os mesmos argumentos fracos para críticar médicos que debancamos muitas vezes. Os médicos não estão interessados em prevenção (absurdo! Foram eles inventaram a prevenção). Médicos não consideram as causas subjacentes da doença (eles sempre consideram, quando há evidência para uma causa subjacente). Médicos condenam pacientes a tomar medicações para o resto da vida; se você seguir a recomendação deles, você nunca vai melhorar (se você seguir o conselho, você pode não ser curado de uma doença incurável, mas viverá mais). As pessoas que tomam estatinas ainda tem ataque cardíaco (verdade, mas eles têm menos ataques). Médicos não aprendem sobre nutrição (absurdo, eles entendem os princípios, mas deixam a recomendação individual de dieta para nutricionistas). A indústria farmacêutica e os médicos investiram bastante em manter as pessoas doentes (mesmo se eles não se importassem com seus pacientes, certamente teriam investido bastante em ficar eles mesmos saudáveis e manter saudáveis seus amigos e entes queridos).

Ligando para American Cancer Society

Nas primeiras de muitas vinhetas de ligaçãoes telefônicas, o produtor do filme, Kip Anderson, liga para American Cancer Society perguntando o motivo pelo qual eles não avisam sobre os perigos da carne vermelha no site da sociedade. Ele é colocado em espera, mas eventualmente é concedido uma entrevista. A entrevista é cancelada e a sociedade para de responder quando percebem que ele apenas quer argumentar com eles sobre dieta e câncer. Não fiquei surpresa. A recomendação da sociedade é baseada em avaliações por especialistas de toda evidência publicada e não é provável que eles mudem de ideia porque um único indivíduo, que não é cientista, com um propósito aparece para argumentar com eles.

O truque da ligação telefônica é repetido com a American Diabetes Association. O produtor quer saber por que eles não colocam claramente no site que carne vermelha causa diabetes e como eles conseguem incluir uma receita de camarão enrolado com bacon! Ele eventualmente consegue entrevistar um portavoz da ADA, que responde educadamente que há evidências insuficientes que a dieta pode curar diabetes, e diz "nós recomendamos uma dieta saudável". Ele reconhece que há estudos, mas argumenta que muitos deles não foram replicados ou estão errados; é por isso que fazemos revisão por pares. O produtor Anderson continua mencionando estudos individuais até que o porta-voz perde a paciência e interrompe a entrevista, explicando que não quer entrar numa discussão. Anderson interpreta isso como se a ADA não tivesse interessada em prevenção ou cura.

Então, ele liga para a American Heart Association, perguntando por que eles incluem uma receita de bife e ovos. Ele obtém uma resposta similar. Ele interpreta essas inquisições telefônicas sem respostas como obstrução e uma tentativa organizada de esconder a verdade. Ele descobre que a ACS, ADA e AHA e outras organizações convencionais são financiadas em parte por produtores de alimento, como Dannon, Kraft, Tyson e cadeias de restaurante fast-food como KFC. Ele diz que não podemos confiar nessas organizações, porque estão pegando dinheiro das companhias que causam as doenças que eles querem prevenir.

Como um analogia, eu não consigo parar de pensar como a American Academy of Pediatrics responderia a uma ligação aleatória exigindo que seu site avisasse que vacinas podem causar autismo e reclamando que médicos não podem ser confiáveis, porque são pagos pela indústria farmacêutica que vendem vacinas. Eu não os culparia, caso desligassem o telefone.

Os benefícios de uma dieta vegana

A American Diabetes Association fez uma declaração sobre dietas veganas/vegetarianas, listando vários benefícios para saúde, mas lembrando que há variabilidade nas dietas e a necessidade de avaliar individualmente a adequação nutricional.

O filme afirma que os pacientes que sofrem com artrite reumatóide podem parar de tomar suas medicações, mas essa revisão sistemática concluiu que os efeitos das intervenções nas dietas são incertos.

Muitos dos argumentos para o veganismo não são relacionados à saúde, mas morais. Animais sofrem pelo confinamento, as condições são insalubres, eles produzem gazes do efeito estufa e são ruins para o ambiente.

Testemunhos

Eles entrevistas pessoas que viraram veganas cujos testemunhos são inacreditáveis. Uma mulher obesa foi ao médico por causa de asma; depois de um exame PCR (não é indicado!), o médico dela supostamente disse que "ela estava próxima de um ataque cardíaco em 30 dias". Acho difícil de acreditar que algum médico faria tal previsão. Ela supostamente apresentou remissão completa da asma e dor crônica apenas duas semanas adotando uma dieta baseada em plantas; ela foi capaz de parar seus remédios da asma, dor, doença cardíaca e depressão.

Atletas de elite que viraram veganos relatam melhorias nas recuperações de lesões e uma performance de "100%". Uma paciente afirmou que dieta baseada em plantas curou seu câncer de tireoide em um 1 ano. Uma paciente agendada para substituição bilateral de quadril disse que foi capaz de andar sem dor e parar todas suas medicações após duas semanas. Permaneço cética.

O produtor do filme fornece o seu próprio testemunho que "dentro de poucos dias eu pude sentir meu sangue correndo pelas minhas veias com uma nova vitalidade" (eu não consigo sentir o sangue correr pelas minhas veis; você consegue?) Ele se recusa comer até um pequeno pedaço de alimento animal, não por questões de saúde, mas porque ele não consegue apoiar uma indústria que está causando tanto sofrimento em comunidades, famílias e todas as vidas no planeta. Ele rejeita o argumento "tudo em moderação" porque a evidência não mostra que comer pequenas porções de alimento animal é saudável.

Conclusão: espetáculo, não ciência 

Há indiscutíveis vantagens à saúde de uma dieta baseada em platas, mas a evidência é insuficiente para recomendar que todo mundo adote uma dieta vegana. O documentário What the Health não é balanceado, mas é uma polêmica alarmista e enviesada. Faz "contagem de cerejas" nos estudos científicos, exagera, e faz afirmações não verdadeiras, se baseia em testemunhos e entrevistas com "especialistas" questionáveis, e falha em colocar a evidência em perspectiva. Não apresenta nenhuma evidência para apoiar a afirmação que uma dieta vegana pode prevenir e curar a maioria das doenças. Simplesmente não é uma fonte confiável de informações de saúde.

O consenso de cientistas, médicos, e nutricionistas é que uma dieta vegana pode ser saudável, mas não é a única dieta saudável. Nós como sociedade devemos comer mais plantas, mas não precisamos rejeitar totalmente comida animal. Uma dieta saudável pode incluir ovo, leite, queijo, peixe, marisco, alguma carne vemelha e até uma pequena quantidade de carne processada. Certamente não há evidências claras que nos convenceria que todo mundo deveria completamente abandonar alimento animal. Não precisamos cortar ovos, bacon e um steak ocasional. Há riscos para quase tudo que fazemos (até carcinogênicos em uma dieta vegana) e a maioria de nós aceitaria um pequeno risco hipotético para poder consumir as comidas que gostamos. Até melhores evidências aparecerem, acho que a abordagem "moderação em todas as coisas" é bem razoável.